A leitura do documento Forge of Empires: criação de ambientes online para o desenvolvimento de
competências de aprendizagem e para a compreensão da evidência histórica e de
anacronismos, remeteu-me imediatamente para o teste de avaliação aplicado,
na escola, no 2º período, em todas as turmas do 6º ano, e que a seguir
transcrevo:
GUERRA DOS TRONOS: MAGIA DE
UMA IDADE MÉDIA INVENTADA
O autor de “A Guerra dos Tronos”
inventou reinos numa geografia com um clima e numa Idade Média que nunca
existiram e misturou guerreiros com dragões e zombies. A série, que a
ser fiel ao original se chamaria “Jogo dos Tronos”, tem todos os ingredientes
da literatura juvenil de aventuras.
O autor faz
uma ligação despreocupada ao passado medievo que reinventa; e, com reinos em confronto e todos os
homens a ponto de guerrearem, a história parece um jogo de vídeo (o genérico assemelha-se
a um jogo de tabuleiro gigante em movimento).
Sendo de um país que não teve Idade
Média, os EUA, o autor assemelhou a geografia inventada à Grã-Bretanha:
multiplicou-lhe os reinos, a capital “King’s Landing” faz lembrar Londres, e, a
Norte, “The Wall3” sugere
a muralha de Adriano travando os “bárbaros”. “Guerra dos Tronos” tem peripécias
sem fim, uma teia de personagens e de “países” em permanentes alianças,
traições e amores. Na televisão, esta série oferece, como os jogos de vídeo, a mesma
mistura de real e irreal através da tecnologia digital, com movimentados
combates e castelos impossíveis. As cenas são ao ar livre em grandes espaços.
http://www.cmjornal.xl.pt/, (consultado em 12/12/2014 e adaptado).
Não houve qualquer projeto de trabalho sobre a
série, apenas um teste… Ainda assim, ouvimos algumas expressões de agrado da
boca dos nossos alunos, quando se depararam com um texto (por sinal, difícil)
sobre algo que, de imediato, lhes despertou a atenção.
Este é apenas um pormenor, que
parece confirmar a afirmação feita no já referido documento “Tirar partido dos
interesses mundanos dos jovens, é reconhecer que as práticas que estes
desenvolvem quando demonstram interesse por determinado assunto pode contribuir
para melhorar o próprio processo de aprendizagem.”
Um pequeno exemplo de que os “projetos”
desenvolvidos, na escola, não devem ir de enconto, mas ao encontro daquilo que
aos jovens interessa e os motiva, os faz sorrir e ter vontade de saber mais…
Reiterando esta ideia, o documento Construção de Projetos de Intervenção faz
uma bonita definição do que deve ser um projeto, quando afirma: “Um projeto é a
expressão de um desejo, de uma vontade, de uma intenção, mas também a expressão
de uma necessidade, de uma situação a que se pretende responder. Um projeto é,
sobretudo, a resposta ao desejo de mobilizar as energias disponíveis com o
objetivo de maximizar as potencialidades endógenas de um sistema de ação
garantindo o máximo de bem-estar para o máximo de pessoas.”
É certo que a grande maioria das
pessoas sentir dificuldade em olhar criticamente para as próprias características
e ações. Mas o AES reconhece que autoavaliar é um exercício de extrema
importância, em especial para aqueles que não querem estagnar. O autoconhecimento
é uma importante ferramenta de transformação: quando conhecemos bem as fragilidades,
potencialidades e habilidades, torna-se mais fácil avançar; os caminhos a
percorrer e os objetivos a alcançar ficam muito mais claros e é possível
adaptar-se de maneira mais dinâmica para superar os obstáculos encontrados.
A autoavaliação pode, portanto,
ser a força precisa para alavancar o progresso. Entendemo-la como a habilidade
de pensar criticamente e de tomar decisões, como um processo de análise que
realizamos, uma ferramenta valiosa para quem deseja crescer e evoluir.
Conseguiremos nós pegar no
relatório de autoavaliação do AES e criar projetos que nos permitam combater fragilidades
e desenvolver as potencialidades diagnosticadas?
Já tentamos fazê-lo. Falta-nos,
se calhar, fazê-lo de forma mais sistemática…