segunda-feira, 15 de julho de 2019








“Fabricar a Inovação na Educação: Práticas pedagógicas com o digital para o desenvolvimento curricular e de competências transversais”
Quando uma formação acaba é que verdadeiramente começa. 
Seja a aplicação do projeto ou o uso das ferramentas em que fomos iniciados é ao longo do próximo ano letivo, diria mesmo dos próximos…. que os vamos cimentando. 
Diria mais: serão mais alguns tijolos com que continuaremos a construir o nosso ser como educadores e o ser daqueles, que de nós esperam que os ajudemos a ser cidadãos munidos de múltiplas literacias, que lhes permitam analisar e questionar criticamente a realidade que os rodeia e integrar-se nela de forma eficaz e, sobretudo, FELIZ.
                           
Plano para a realização de uma vontade,
Redação provisória do que ainda será verdade…
O conjunto de documentos com as instruções,
Junta e reúne todas as determinações…
Esboço, descrições escritas e detalhadas,
Toda uma intenção, as ideias desenhadas…
O desígnio lançado à frente…

terça-feira, 4 de junho de 2019

Projetos / Intenções


A leitura do documento Forge of Empires: criação de ambientes online para o desenvolvimento de competências de aprendizagem e para a compreensão da evidência histórica e de anacronismos, remeteu-me imediatamente para o teste de avaliação aplicado, na escola, no 2º período, em todas as turmas do 6º ano, e que a seguir transcrevo:

GUERRA DOS TRONOS: MAGIA DE UMA IDADE MÉDIA INVENTADA
   O autor de “A Guerra dos Tronos” inventou reinos numa geografia com um clima e numa Idade Média que nunca existiram e misturou guerreiros com dragões e zombies. A série, que a ser fiel ao original se chamaria “Jogo dos Tronos”, tem todos os ingredientes da literatura juvenil de aventuras.
   O autor faz uma ligação despreocupada ao passado medievo que reinventa; e, com reinos em confronto e todos os homens a ponto de guerrearem, a história parece um jogo de vídeo (o genérico assemelha-se a um jogo de tabuleiro gigante em movimento).
Sendo de um país que não teve Idade Média, os EUA, o autor assemelhou a geografia inventada à Grã-Bretanha: multiplicou-lhe os reinos, a capital “King’s Landing” faz lembrar Londres, e, a Norte, “The Wall3” sugere a muralha de Adriano travando os “bárbaros”. “Guerra dos Tronos” tem peripécias sem fim, uma teia de personagens e de “países” em permanentes alianças, traições e amores. Na televisão, esta série oferece, como os jogos de vídeo, a mesma mistura de real e irreal através da tecnologia digital, com movimentados combates e castelos impossíveis. As cenas são ao ar livre em grandes espaços.
http://www.cmjornal.xl.pt/, (consultado em 12/12/2014 e adaptado).

Não houve qualquer projeto de trabalho sobre a série, apenas um teste… Ainda assim, ouvimos algumas expressões de agrado da boca dos nossos alunos, quando se depararam com um texto (por sinal, difícil) sobre algo que, de imediato, lhes despertou a atenção.
Este é apenas um pormenor, que parece confirmar a afirmação feita no já referido documento “Tirar partido dos interesses mundanos dos jovens, é reconhecer que as práticas que estes desenvolvem quando demonstram interesse por determinado assunto pode contribuir para melhorar o próprio processo de aprendizagem.”
Um pequeno exemplo de que os “projetos” desenvolvidos, na escola, não devem ir de enconto, mas ao encontro daquilo que aos jovens interessa e os motiva, os faz sorrir e ter vontade de saber mais…
Reiterando esta ideia, o documento Construção de Projetos de Intervenção faz uma bonita definição do que deve ser um projeto, quando afirma: “Um projeto é a expressão de um desejo, de uma vontade, de uma intenção, mas também a expressão de uma necessidade, de uma situação a que se pretende responder. Um projeto é, sobretudo, a resposta ao desejo de mobilizar as energias disponíveis com o objetivo de maximizar as potencialidades endógenas de um sistema de ação garantindo o máximo de bem-estar para o máximo de pessoas.”
É certo que a grande maioria das pessoas sentir dificuldade em olhar criticamente para as próprias características e ações. Mas o AES reconhece que autoavaliar é um exercício de extrema importância, em especial para aqueles que não querem estagnar. O autoconhecimento é uma importante ferramenta de transformação: quando conhecemos bem as fragilidades, potencialidades e habilidades, torna-se mais fácil avançar; os caminhos a percorrer e os objetivos a alcançar ficam muito mais claros e é possível adaptar-se de maneira mais dinâmica para superar os obstáculos encontrados.
A autoavaliação pode, portanto, ser a força precisa para alavancar o progresso. Entendemo-la como a habilidade de pensar criticamente e de tomar decisões, como um processo de análise que realizamos, uma ferramenta valiosa para quem deseja crescer e evoluir.
Conseguiremos nós pegar no relatório de autoavaliação do AES e criar projetos que nos permitam combater fragilidades e desenvolver as potencialidades diagnosticadas?
Já tentamos fazê-lo. Falta-nos, se calhar, fazê-lo de forma mais sistemática…




domingo, 26 de maio de 2019

CÔDEA OU MIOLO?


Certo casal muito amigo sentou-se, no dia do seu quinquagésimo aniversário de  casamento, à mesa do pequeno almoço, como era habitual, em frente de umas torradinhas acabadas de fazer, quando o marido disse para a esposa:
-  Querida, se não te importasses, hoje, como é um dia especial, comia eu a parte do miolo…
- Claro que não me importo, querido! Eu gosto muito mais da côdea! Deixo-a sempre para ti, porque pensava que era a parte de que gostavas mais!...
- E eu andei cinquenta anos a comer a côdea e a deixar-te o miolo, achando que era a parte de que mais gostavas !...
***
Parece-me que esta pequena história ilustra bem o que se passou entre formadores e formandos da formação “Fabricar a Inovação na Educação. Práticas pedagógicas com o digital para o desenvolvimento curricular e de competências transversais 2018”. Tínhamos, por um lado, os formadores a pretender que os formandos fizessem pequenos comentários, mas interagissem mais uns com os outros e experimentassem novas ferramentas e as suas potencialidades, por outro os formandos, habituados que estão a enfrentar grandes desafios e a que se lhes exijam grandes testamentos, a escrever grandes comentários para cada uma das questões levantadas. É o que acontece quando a vontade de agradar é recíproca.
O casal da história ainda teve uma década pela frente para corrigir o erro. Espero que consigamos também nós, doravante cumprir mais plenamente o objetivo!

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Que fazer perante a nova realidade de uma sociedade e uma escola cada vez mais digital? Ter medo e não enfrentar o desafio ou ir em frente com um "sorriso nos lábios"?

Não temos que ter medo! Já diz o provérbio que quem tem medo arranja um cão. Mas temos que ser cautelosos, pois só o inexperiente vê o perigo e, ainda assim, segue em frente.
A nossa escola não é das que se lança cegamente em tudo o que lhe é proposto, mas também nunca põe de parte qualquer iniciativa que pareça proveitosa para os nossos alunos. Não medimos esforços! Temos, aliás, uma Direção, que é uma autêntica locomotiva e um corpo docente, que também não se contenta em ser arrastado. Cada um vai dando o seu empurrãozinho, a sua força… Nunca nos enganamos? Nunca nos arrependemos? Claro que sim! Muitas vezes. Mas quando é preciso arrepiamos caminho e procuramos alternativas. Contudo, nunca desistimos de tentar fazer o que nos parece o melhor para os alunos e para a sociedade.
É errando que se aprende. Se é isto que ensinamos aos nossos alunos, também nós escola e nós docentes vamos crescendo, amadurecendo…
Também na questão que se coloca sobre o uso do digital assim acontece. Veja-se a sala do futuro. Houve a oportunidade de nos candidatarmos. Não a desperdiçámos. Atirámo-nos de cabeça? Não. Está a ser proporcionada gradualmente formação aos docentes e está a gerir-se da melhor forma a ocupação do espaço e o uso dos equipamentos por forma a deles tirar o melhor proveito possível.
O mesmo se passa com o uso dos computadores ou das tabletes. Não vamos evidentemente romper com tudo o que dantes se fazia.
É no meio termo que está a virtude! 

https://youtu.be/EdKC7KLjlWQ

Como é que nós vamos "moldar" e desenhar a escola do presente e de já amanhã?


Se a sociedade evolui, também a educação tem de evoluir! O vídeo “História da Educação e Tecnologias” mostra claramente essa grande evolução e os diferentes papéis que o professor tem assumido, ao longo da História da Humanidade.
O docente não é, hoje em dia, o elemento central, do ato educativo, mas continua, sem dúvida, a ser um dos “pedreiros” responsáveis pela construção, não só do indivíduo, mas de toda a sociedade, que este integra.
Como disse, em certa ocasião Nuno Crato, Ex-Ministro da Educação, “Investir na educação não é necessariamente colocar mais dinheiro na educação.”  É antes adequar os currículos, os espaços, os equipamentos, os métodos e as estratégias ao aluno deste milénio. Um aluno, que já nasceu e cresceu rodeado de um mundo diferente daquele em que nós nascemos e crescemos. Mas se o futuro deste presente, que é o nosso “hoje” são os alunos, é a eles que a escola tem de preparar para a sociedade de amanhã.
Como é que nós vamos "moldar" e desenhar a escola do presente e a de amanhã?
É, de facto, urgente que os professores aprendam a comunicar com os alunos na nova linguagem, que é a sua. Mas mais importante que isso, parece-me que seja proporcionar-lhes a possibilidade de se construírem, de se edificarem a si mesmos, em todas as facetas do que é o ser humano.
Não me parece que devamos “moldar" e desenhar a escola de amanhã, com grande precisão, pois vivemos numa era de contínua e constante mudança. A escola tem de acompanhar essa grande mudança como, aliás, o tem feito, ao longo da História, e principalmente orientar e abrir perspetivas, delinear projetos, apontar horizontes, mostrar como se rasgam caminhos… 
Nada se pode construir sem um alicerce sólido! A escola de hoje alicerçou-se na de ontem e tem de ser um forte alicerce para a de amanhã.


Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular Será fácil de implementar?



Para ser franca, nenhum dos aspetos do PAFC me parece ser fácil de implementar!
Afinal Cristina Palmeirão e José Matias Alves, no documento “Escola e Mudança - Construindo Autonomias, Flexibilidade e Novas Gramáticas de Escolarização - os Desafios Essenciais”: afirmam “Ser escola no tempo presente significa romper com os cânones tradicionais de forma a garant
ir a liberdade de crescimento e desenvolvimento pessoal…”
Quem poderá alguma vez dizer que romper com o tradicionalmente instituído é fácil?
Mas ser difícil não significa que seja impossível e se, como os mesmos autores declaram, a mudança tem como objetivo o bem comum,  “garantir a liberdade de crescimento e desenvolvimento pessoal…”, o Agrupamento de Escolas de Sines encarou a mudança como o caminho a seguir, um caminho sem retorno, enfrentou o desafio e tem vindo a implementar mudanças, que há dois anos atrás nos pareceriam impossíveis.
Apenas a título de exemplo, quem se imaginaria, há dois anos atrás a lecionar uma aula de Português, que, ao mesmo tempo, é uma aula de H.G.P.? Mas, desde o ano letivo transato, este DAC integra os horários das turmas do segundo ciclo e hoje está mais que estabelecido e arreigado tanto para docentes como para alunos e encarregados de educação.
Não será este um bom exemplo do que, no documento “Construir a Autonomia e a Flexibilização Curricular”, Cristina Palmeirão e José Matias Alves referem como “…o estabelecimento de compromisso graduais de transdisciplinaridade…”?
Ainda no mesmo documento definem a PAFC como “…oportunidade assumida…de regressar ao coração da escola e abrir espaço a práticas de ensino e de aprendizagem para o desenvolvimento humano, centrado numa lógica de trabalho colaborativo das equipas de professores.” Não é aqui que entram com grande pujança as nossas Equipas Pedagógicas, que semanalmente reúnem e tantos projetos e articulações têm implementado, contribuindo para o desenvolvimento integral dos nossos alunos?
Parece-me que estamos bem encaminhados neste percurso de mudança. Mais uma vez me parece que damos mote às palavras dos referidos autores, quando declaram: “Nenhum tema é hoje mais difundido do que a necessidade de protagonizar a mudança na educação. Mudança que desafia todos e cada um a pensar a escola e os processos de ensino e de aprendizagem de forma contextualizada, criativa, competente e colaborativa.”


quinta-feira, 25 de abril de 2019

Lição da Borboleta



Conta-se que certo professor
De grande erudição
e muita sabedoria
Ditava com ardor
e muita convicção
A lição do dia:
“As borboletas são insetos, que constituem o grupo informal "Rhopalocera". O seu ciclo de vida consiste em quatro fases: ovolarvapupa e imago.”

E mal a interessante lição começara
Já a mente do Manelinho voara.
Lembrava a tarde anterior
Quando com o avô no quintal,
Com jarro e regador
Regavam o couval.

Continuava o sábio professor
Com grande empenho e rigor:
“A borboleta pode ter o peso mínimo de 0,3 gramas e as mais pesadas podem chegar a pesar 3 gramas. Alguns tipos de borboletas podem chegar a medir até 32 centímetros de asa a asa.”

Asa? Estaria o professor a falar
Daquele bonito novo avião,
Que o pai lhe ajudara a montar
E que após belas piruetas no ar
A seus pés aterrava no chão?

E a voz conhecida e amável
Continuava sábia e responsável:
 “Dispõem de um órgão especial, a espirotromba, formada pelas maxilas, no aparelho sugador de insetos lepidópteros, que, em repouso, permanece enrolada, formando uma espiral que se estende quando querem sugar o néctar.”

O néctar de que o professor falava
Era decerto o sumo delicioso,
Que a avó sempre preparava
A ele, o netinho guloso
Quando com ela lanchava.

E o profissional competente
Continuava sempre em frente:
“As borboletas têm dois pares de asas membranosas cobertas de escamas, que apresentam formas e cores variadas...”


Ah! Cores variadas! Cores belas!
Pois! A aula era sobre as borboletas
Brancas, azuis e amarelas
Ou apenas brancas e pretas…

Já atrás delas corria
Pelo prado verdejante
Com os colegas em grande alegria
E riso cantante,
Quando, de repente,
Mesmo ali ao seu lado
No parapeito gelado
Fora da sua jaula,
Que era a sala de aula,
O Manelinho vê pousar
Com calma e muito vagar
A mais bela aparição,
Afinal, o tema da lição:
Uma borboleta colorida
Cheia de cores e de vida!

Logo começa a chamar
Todos os colegas, sem disfarçar,
Pois o professor até há de gostar
De ver a sua admiração,
Interesse e atenção
Pelo tema da lição!...

E começa o burburinho e a crescente agitação,
Já ninguém consegue ouvir a interessante lição.

Que importa o que se ouve trautear
Se ali todos eles podem observar
As asas membranosas,
Bonitas, formosas…
As maxilas, no aparelho sugador,
Toda aquela beleza e cor?

Acorda o experiente profissional
Da sonolenta lição:
Alguma coisa está mal,
O que se passa, então?!

- Outra vez o menino Manelinho,
Com falta de atenção?!
Deixe de olhar para a janela,
Aqui dentro é que é a lição!

- Desculpe, senhor professor,
Mas a borboleta de que estava a falar,
Acabou agora mesmo de aqui pousar…

- Qual borboleta, nem meia borboleta!
Deixe-se já dessa treta,
Se não quer ser castigado
E acabar o ano reprovado!